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A forma como nossos corpos se relacionam com o espaço é única. A cidade nos marca, e nos nossos percursos e relações transformamos a cidade. Mas apesar de vivermos em meio a ela, estamos gradativamente deixando de experimentá-la e passando a consumi-la, seja por imagens, planos, ou legendas.  

 

A arquitetura tem nas representações e nos registros um meio de comunicação e de ensino, porém há a tendência por projetos mais preocupados com a produção imagética do que com as afetações possíveis do corpo pelo espaço. Este processo tem feito a imagem atingir status de reprodução da realidade ou de própria realidade, ou seja, mais do que comunicar, a imagem é interpretada como arquitetura. 

No atual contexto de transformações sociais, econômicas e tecnológicas, como podemos então repensar o registro para atender a arquitetura das experiências e as percepções do corpo no espaço? Este atlas é uma tentativa de responder a este questionamento.

 

Ao registar o espaço busco compartilhar as percepções da perspectiva que conheço: a do meu corpo. Por meio dos sons, dos desenhos e das cenas em movimento, procuro criar aqui uma narrativa pelos saltos entre os fragmentos do corpo, do lugar, do acidente, do perto e do dentro. Busco deslocar o corpo para o aprendizado por meio da tessitura de temporalidades, lugares e memórias. E essa trama só se completa no processo contínuo do encontro com outras narrativas. Como o corpo que afeta o espaço que afeta o corpo.

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